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A Questão Principal

Apesar de ter mais de cento e trinta anos como matéria estruturada e constantemente revisitada para seu aperfeiçoamento (Michon, 1870 Os mistérios da escrita até os dias de hoje, Pizzi, 2007 Psicologia della Scritura), a Grafologia ainda não é reconhecida oficialmente como matéria em que se possa confiar plenamente para a diversidade de usos a que se destina.

Em 1993, Serratrice e Habib perguntavam, quase ao final do quarto capítulo de seu livro A Escrita e o Cérebro, “tornar-se-á a Grafologia uma ciência?”. E iniciam o item assim: “A grafologia, algumas vezes injustamente comparada à astrologia, estuda o traço gráfico e, num parentesco com a psicologia, põe em paralelo os sinais observados e certos traços do caráter. Entretanto, faltam, para eleva-la ao status das ciências humanas, os testes, os estudos estatísticos, a previsibilidade, a reprodutibilidade, leis e verificações (comparação com outras avaliações)”.


Mostraremos que em 2020, podemos responder que a Grafologia está, sim, entre as ciências humanas.


Validação da Grafologia

Tornar a grafologia válida é fazê-la crível. O que é ‘validar’? À primeira vista, é tornar legítimo algo ou alguma coisa. Além disso, temos que a raiz de ‘validar’ também produz o termo ‘valor’, ou seja, utilidade, préstimo, serventia, reconhecimento, importância, consideração, conforme os dicionários em uso. Assim, validar, em sua totalidade, é tornar o validado, além de legítimo, reconhecido como algo de útil, que tenha serventia. O que é feito exatamente com as ações que os autores acima apontam.


Qual a Fundamentação Teórica e Científica da Grafologia?

Teoria é o termo que designa um conjunto de ideias, que são base para um determinado tema, ou objeto. O tema da Grafologia é ‘o estudo da alma humana’, ou, mais especificamente, o estudo da psique através da escrita. Temos, assim, que o objeto do estudo da Grafologia é a análise da grafia para a identificação de características psicológicas, tecnicamente chamada ‘perfil grafológico’. As teorias podem ser, e geralmente são, concebidas antes de serem feitas as observações necessárias para testa-las. É aqui que entra a Ciência. O conhecimento científico é formado através da razão e de forma metodologicamente rigorosa procurando excluir, do seu contexto, as emoções, as crenças religiosas e os desejos do homem. Um saber humano, para ser considerado ‘científico’, requer, de forma resumida, três requisitos básicos, os quais a Grafologia cumpre sobejamente:
a) Campo de ação delimitado (o grafismo); b) o objeto do estudo, como já dito, e em outras palavras, que é o indivíduo; c) o processo de identificação das manifestações gráficas passa por critérios rigorosos, como comparação com outras avaliações, psicológicas, como testes de personalidade, e tratamentos estatísticos adequados.

Portanto, é uma ciência, pois é um conjunto de conhecimentos sistemáticos obtidos a partir de uma rigorosa metodologia. No próximo artigo, veremos as sinopses de algumas teses de mestrado e doutorado que embasam a cientificidade da Grafologia. 

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